Nesse mês em que passei sem escrever aqui, vivi bastante coisa e senti que precisava de um tempo pra assimilar tudo e inclusive pensar se existe um desejo real ou mesmo uma necessidade de compartilhar determinadas experiências. A era das redes sociais nos impele a sentir uma certa obrigação de compartilhar, aquele clássico ditado contemporâneo de que “se não foi postado, não foi vivido”, quando na verdade, embora muitas pessoas tenham se esquecido, é absolutamente possível escolher o que compartilhar com os outros. Quem nunca acompanhou uma treta ou até mesmo mandou uma indireta pra alguém nas redes sociais? Eu já! Rs. Mas aí veio o tempo e me mostrou que algumas questões só dizem respeito a mim e a outra parte envolvida. Não é preciso expôr pra todo mundo.
Um tempo “fora” é sempre bom pra nos fazer refletir e ver novos pontos de vista. Desde o ano passado que ando nessa “pensação” sobre estar na internet, sobre o que eu quero compartilhar/construir nos espaços que ocupo. Confesso que são tempos bastante difíceis e que muitas vezes é difícil ver o copo “meio cheio” com tantas notícias ruins vindo à tona. Então, a solução que encontrei que fiz foi parar de acompanhar notícias o tempo todo, já que elas me faziam me sentir mal por não poder agir em relação a coisas que fogem do meu controle. E não vejo isso como uma forma de alienação, mas de autocuidado.
Eu sei que não está fácil e dentro do possível busco me informar, sem levar tudo a ferro e fogo e sem achar que eu tenho que resolver todos os problemas do mundo. Não sei se você já se sentiu assim, mas muitas vezes pensei que eu precisasse carregar o fardo do mundo nas minhas costas. Aí, um belo dia, percebi que não vou resolver é nada. E que estando assim acabo piorando a situação, já que é muito melhor uma Bruna que se afaste das coisas, mas que consiga (dentro do possível) estar bem para fazer alguma coisa, do que uma Bruna com a saúde mental destruída e sem força física pra agir.
Todas essas coisas me fazem pensar na nossa necessidade de dialogar mais pessoalmente. É claro que é incrível poder nos conectar com pessoas em lugares diferentes, mas percebo que temos conversado muito mais através de telas do que ao vivo e isso é meio estranho, né? Talvez pensar em “influenciar” menos as pessoas que estão longe e mais as que estão perto, aquelas que convivem com a gente todos os dias, no nosso bairro, no nosso trabalho, nos nossos rolês. Acredito que assim conseguiremos ver mudanças mais efetivas e que trabalhar no nosso micro tem a possibilidade de reverberar no macro. Resgatar os vínculos reais deveria ser a nossa meta pra esse ano.
Sexta-feira não é dia de recomeçar, mas confesso que não ligo muito pra padrões. Dias da semana e datas são apenas uma maneira da gente lidar com a administração do tempo. As maiores mudanças da minha vida não aconteceram na segunda-feira, nem no dia primeiro do mês. Então vamos em frente pois sempre é tempo de começar, recomeçar, mudar e nos transformar.
Uau… me vi tanto nesse texto! 🙂
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Oi Mari! Obrigada pela visita! Que legal que se identificou. Penso que as nossas questões, no final das contas, são sempre parecidas né?
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parabéns por seu espaço…
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Obrigada!
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